A Polícia Federal (PF) finalizou, nesta quinta-feira (21), o inquérito que investigava uma organização criminosa acusada de planejar ações coordenadas para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin em 2022. As acusações envolvem crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e formação de organização criminosa.
Relatório enviado ao STF
O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui o indiciamento de nomes importantes, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.
Além desses, outras 29 pessoas foram indiciadas, compondo uma lista de 37 envolvidos no total.
Acusados e Núcleos de Atuação
As investigações apontaram a existência de seis núcleos estruturados na organização criminosa, com divisão de tarefas específicas. São eles:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Núcleo para Incitar Militares ao Golpe de Estado
- Núcleo Jurídico
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
- Núcleo de Inteligência Paralela
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
Esses núcleos organizados permitiram a individualização das condutas de cada envolvido.
Provas e Metodologia
A Polícia Federal revelou que as provas foram coletadas ao longo de quase dois anos de investigação e envolveram:
- Quebras de sigilo telemático, bancário, fiscal e telefônico
- Colaboração premiada
- Busca e apreensão
- Análise de documentos e dispositivos eletrônicos
Encerramento da investigação
Com o envio do relatório ao STF, a PF encerra formalmente o inquérito sobre as tentativas de golpe de Estado e ações para a abolição do Estado Democrático de Direito. O documento segue agora para análise do Ministério Público Federal (MPF), que poderá apresentar denúncia formal contra os envolvidos, pedir arquivamento ou solicitar novas diligências.
Contexto
Esse relatório é mais um desdobramento no cenário político brasileiro, trazendo consequências para aliados do ex-presidente e reforçando a importância do Estado Democrático de Direito. A investigação detalha as ações coordenadas para desestabilizar o processo eleitoral e revela os bastidores da tentativa de golpe.