Na tarde de sexta-feira (6), duas estudantes do curso de medicina da UFRJ, que também trabalham como residentes no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, passaram por uma situação aterrorizante enquanto retornavam de um almoço no campus do Fundão, localizado na Ilha do Governador. Elas foram abordadas por homens armados que tentaram forçá-las a entrar em um veículo, fazendo ameaças de morte.
As alunas estavam saindo do bandejão, um refeitório muito frequentado por estudantes, quando a situação se desenrolou. Um carro de cor vinho parou ao lado delas, e dois homens, com os rostos cobertos, as advertiram: “Entrem no carro, senão vocês vão morrer.” Esse tipo de violência não é isolado, mas um reflexo de uma realidade alarmante que tem gerado medo entre alunos e funcionários da universidade, como evidenciado por uma crescente insegurança no Rio.
A Insegurança no Campus
Estudantes e trabalhadores da UFRJ têm expressado preocupação com a falta de segurança no campus, que parece ser uma constante, mesmo durante o dia. A presença policial é rara, e muitos se sentem vulneráveis em um espaço que deveria ser seguro para aprendizado e desenvolvimento profissional. A situação é semelhante àquela relatada em comunidades do Rio, onde a insegurança tem sido um tema recorrente.
Após a tentativa de sequestro, as jovens conseguiram escapar e buscar abrigo no refeitório, onde se sentiram um pouco mais seguras. Uma das alunas mencionou a frustração e a tristeza que sentiu, especialmente porque estava prestes a se formar e tinha planos de continuar sua formação médica no mesmo hospital.
Impacto na Vida Acadêmica
A experiência traumática fez com que as estudantes reconsiderassem seus planos de residência médica. Uma delas expressou sua decepção, afirmando que a insegurança no campus a deixou desanimada. “É muito triste saber que isso aconteceu a menos de duas semanas da minha formatura. Eu ainda não decidi se vou fazer a residência aqui no Fundão”, disse a futura médica.
A insegurança no campus não é recente. Outro incidente ocorreu na quinta-feira (5), quando testemunhas relataram um assalto à mão armada na porta do Centro de Ciências da Saúde. Os criminosos abordaram alunos e roubaram seus pertences, demonstrando que a violência está se tornando uma rotina preocupante na Cidade Universitária, refletindo o que muitos já enfrentam, como discutido em reportagens sobre a onda de insegurança.
Frequência de Incidentes Criminais
Os relatos de crimes na UFRJ têm se tornado cada vez mais comuns, com estudantes compartilhando informações sobre assaltos, roubos de veículos e novas tentativas de sequestro em grupos de mensagens. Essa situação gera um clima de medo e insegurança, fazendo com que muitos alunos se sintam inseguros ao frequentar o campus. É uma realidade que ecoa em diversos lugares, onde a luta contra a insegurança urbana se torna cada vez mais necessária.
A Polícia Militar informou que não foi acionada para o caso da tentativa de sequestro, mas destacou que equipes do 17º BPM (Ilha) e do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) estão realizando operações na região e intensificando as abordagens. No entanto, a sensação de segurança ainda é uma preocupação para a comunidade acadêmica, que se vê em meio a uma realidade de insegurança crescente.
Resposta da UFRJ
A administração da UFRJ confirmou o furto de um veículo na quinta-feira e, em relação ao caso das alunas de medicina, a Coordenação de Segurança da instituição afirmou que prestou atendimento às vítimas e que as rondas no campus foram intensificadas. No entanto, muitos alunos questionam a eficácia dessas medidas e pedem ações mais efetivas para garantir a segurança no local, como discutido em iniciativas de segurança.