O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (4) que, mesmo diante da resistência do setor bancário, a taxa básica de juros, a Selic, deverá ser reduzida. Durante sua participação no evento Bloomberg Green sobre a COP-30, realizado em São Paulo, Haddad questionou a viabilidade de manter os juros reais em torno de 10%, considerando uma inflação próxima de 4,5%. “É insustentável manter a Selic em 15% com esse cenário inflacionário”, afirmou.
Segundo o ministro, o Brasil apresenta uma conjuntura econômica mais sólida do que apontam os analistas liberais. Ele criticou a falta de atenção aos indicadores econômicos por parte do mercado financeiro e reforçou que o governo Lula está no caminho para entregar os melhores resultados em inflação, desemprego e crescimento desde 2010, ano em que Lula concluiu seu segundo mandato.
Haddad também mencionou que a inflação está em trajetória de queda e se aproximando da meta estipulada, embora perceba uma postura pessimista por parte de agentes do mercado. Ele acredita que o governo poderá encerrar o mandato em 2026 com indicadores econômicos ainda mais positivos.
Reforma de renda e combate à desigualdade
O ministro destacou a importância de avançar com a reforma da renda, que deve ser votada em breve. Para ele, a elevada desigualdade social é um obstáculo ao desenvolvimento do país. Haddad afirmou que o governo está comprometido em reduzir o índice de Gini, indicador que mede a desigualdade, ao menor nível da história recente.
Ele também ressaltou a preocupação do presidente Lula com questões sociais, como o déficit habitacional e o desmatamento, reforçando a sensibilidade do governo em relação a esses temas.
Investimentos e ambiente de negócios
Haddad apontou que, nos últimos três anos, o Brasil tem se empenhado em melhorar o ambiente de negócios, o que já se reflete em um aumento significativo nos investimentos. Ele citou o número recorde de leilões realizados na B3, especialmente no setor de infraestrutura e rodovias, como prova da competitividade do país. O Ministério dos Transportes, segundo ele, deverá dobrar a média de negócios em relação aos quatro anos anteriores

