O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (27), em Kuala Lumpur, na Malásia, estar otimista com o avanço das negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, após se reunir no domingo (26) com o presidente americano Donald Trump.
“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. A gente não quer confusão, quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado”, disse Lula a jornalistas, ao comentar o encontro.
Segundo o presidente, os negociadores dos dois países receberam a missão de construir, nos próximos dias, as bases para um acordo satisfatório que possa resolver o impasse sobre as tarifas impostas por Washington às exportações brasileiras.
Lula destacou ainda que diferenças ideológicas não interferem no diálogo diplomático. “Fiz questão de dizer ao presidente Trump que o fato de termos posições diferentes não impede o respeito mútuo entre dois chefes de Estado eleitos democraticamente. Com isso colocado na mesa, tudo fica mais fácil”, afirmou.
O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Rosa, participaram nesta segunda-feira de uma nova rodada de conversas com representantes do governo americano. Rosa afirmou que o clima agora é “muito mais positivo do que há alguns dias”.
Durante a reunião, Lula também entregou a Trump um documento com dados comerciais mostrando que, ao contrário do que alegava o governo americano, os Estados Unidos têm superávit com o Brasil — US$ 410 bilhões em 15 anos, sendo US$ 22 bilhões apenas em 2024.
“Se ele quiser discutir minerais críticos, etanol, açúcar, não tem problema. Eu sou uma metamorfose ambulante na mesa de negociação”, brincou o presidente.
Lula disse ainda que não há temas proibidos na pauta e defendeu uma política externa plural, com parcerias também com China, União Europeia e países da ASEAN. “O nosso negócio é fazer negócio”, resumiu.
A Casa Branca publicou foto do encontro entre os líderes com a legenda: “É uma grande honra estar com o presidente brasileiro… Acho que devemos fechar bons acordos para ambos os países.”

