A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta quarta-feira (15) que o Supremo Tribunal Federal (STF) reabra o inquérito sobre a suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal (PF) durante seu governo. O caso havia sido arquivado a pedido do então procurador-geral Augusto Aras, após a PF concluir que não havia indícios de crime.
O pedido, assinado pelo atual PGR Paulo Gonet, foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Segundo o documento, é necessário “verificar com maior amplitude se houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações apontadas por Sergio Moro, mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”.
A acusação original foi feita por Moro em abril de 2020, quando anunciou sua saída do Ministério da Justiça, alegando que Bolsonaro tentava influenciar investigações que envolviam seus familiares. Um dos pontos de conflito foi a demissão do então diretor-geral da PF, Mauricio Valeixo, aliado de Moro.
A nova manifestação da PGR também pede que a PF avalie possíveis conexões entre o episódio e a investigação sobre organizações criminosas que atacaram autoridades, o sistema eleitoral e instituições públicas por meio do uso da ABIN e do GSI.
