A 29ª edição da Parada LGBTI+ de Copacabana, realizada neste domingo (24), trouxe uma multidão à orla carioca, reafirmando o papel do evento como espaço de luta por políticas públicas inclusivas e investimentos sociais para a população LGBTI+. Reconhecida como a mais antiga parada do país, a manifestação também abordou questões sociais mais amplas, como meio ambiente, direitos humanos e saúde.
Debates e inclusão: os temas que movimentaram os trios elétricos
Os dez trios elétricos que desfilaram ao longo da orla trouxeram temas variados, abrangendo demandas do movimento negro, população de favelas, povos originários, intolerância religiosa, saúde e prevenção, e sustentabilidade ambiental. Para Cláudio Nascimento, coordenador da Parada LGBTI+ do Rio, é essencial conectar as lutas da diversidade sexual com outras causas sociais.
“Precisamos politizar. Lutamos por políticas públicas em saúde, educação, trabalho, cultura, turismo e meio ambiente. Não podemos lutar pela diversidade sexual se não tivermos natureza para viver”, destacou Cláudio.
Cobrando ações efetivas para a comunidade LGBTI+
Embora o Rio de Janeiro seja um dos destinos turísticos mais procurados pela população LGBTI+ da América Latina, Cláudio destacou a necessidade de maior efetividade nas políticas públicas destinadas à comunidade.
“A cidade do Rio ocupa o 11º lugar em políticas públicas para nossa comunidade. Apesar do status como maior destino LGBTI+ do país, não conseguimos influenciar como os recursos são investidos. Hoje, a parada também é para cobrar o apagão nas políticas públicas nacionais”, afirmou o coordenador.
Sustentabilidade na Parada: rumo ao carbono zero
Este ano, a Parada deu início a um projeto de sustentabilidade, comprometendo-se a reduzir a pegada de carbono do evento. Todos os trios elétricos utilizaram materiais reutilizáveis, e o evento contou com iniciativas de coleta seletiva. Além disso, foi anunciada a compensação de cerca de 20 toneladas de carbono emitido, como parte do plano para alcançar o status de Parada Verde Rumo ao Carbono Zero até 2027.
Com essa abordagem, a organização busca mostrar que é possível alinhar luta por diversidade com a preservação ambiental, ampliando o impacto do evento em várias dimensões.
