Marcos Hasselmann faz única apresentação no Blue Note Rio

Espetáculo ‘De Sinatra a Jobim’ homenageia ídolos que influenciaram a trajetória do cantor

Quando um artista canta com o coração, e não somente com a voz, costumamos enxergar um diferencial nele. É o caso de Marcos Hasselmann – o “último crooner do Rio de Janeiro”, conforme lhe disse o amigo e músico João Braga. Ele fará única apresentação no Blue Note Rio no dia 31 de janeiro, às 20h. Quem também ajudou a lançar oficialmente a carreira de Marcos e sempre atestou seu talento foi o músico Bira, integrante do sexteto do Programa do Jô – onde, aliás, Marcos foi entrevistado e acabou fazendo parcerias musicais com o novo amigo.

Marcos tem estilo único e representa o verdadeiro artista – aquele que não é forjado com métodos apenas de marketing e mercado. É um artista puro e genuíno, que vem demonstrando seu interesse pela música como ouvinte desde pequeno. quando já cantava em casa e eventos nas escolas, desde os 11 anos.

O artista diz que, quando criança, os saraus em casa que o salvavam. “Eu tocava cavaquinho em grupos de serestas dos meus pais e amigos, cantava as músicas, minha primeira apresentação infantil foi no Teatro Gay Lussac. Mas depois cantei nas casas Duerê e Nó na Madeira, que fizeram história em Niterói. Daí então fiquei um tempo sem cantar, até a entrevista com Jô Soares – um fato que mudou a minha vida, em 2008. Bira e Osmar me convidaram para trabalhar junto com eles e finalmente me mudei pra SP, em 2012”, explicou ele – que considera o começo profissional de sua carreira naquele ano.

Quando começou se deu conta que o Bira era seu anjo da guarda. “Ele dizia que eu sou o melhor cantor do Brasil. Ele mudou o rumo da minha história, me apresentou para todo mundo, me mostrou a vida de cantor e do músico raiz. Tudo aquilo foi muito rico para mim, tenho muito a agradecê-lo, para sempre”, sinaliza Hasselmann.

Carreira iniciada na TV, seguiram-se, então, um ano e nove meses se apresentando toda semana no Terraço Itália, em São Paulo. Bira dizia que o Marcos canta como ele fala – o que demonstra a simplicidade e a verdade do seu canto. “Bira me ensinou que o sucesso não deve subir à cabeça. Eu não sou ninguém, mas é muito fácil que uma pessoa se deslumbre com a fama e os elogios. Eu sou Marcos, para mim estou apenas cantando e me divertindo, que bom que também atinjo o público”, explicou ele. ”Meu palco é a minha sala de estar, lá estou me divertindo, recebendo as pessoas. Meu palco é uma festa, existe uma troca energética com o público”, conta.

“Já cantei muito Frank Sinatra, inclusive com a Sampa Big Band, mas para este show do Blue Note Rio mexi um pouco no repertório para contemplar aqueles que sempre ouvi e foram meus mestres, então surgiu o show De Sinatra a Jobim”, explica Marcos. “Só posso agradecer a essa vida que me foi presenteada. Já cantei ao lado de grandes músicos da cidade, como os saudosos Arthur Maia, Dino Rangel, com o percussionista Paulão Menezes, além dos queridos Chico Batera e Guilherme Bedran, entre tantos outros nomes. É muita sorte ter músicos de alta qualidade ao meu lado”, agradece ele

ALÉM DO JAZZ

Marcos sempre ouviu todo tipo de música. “Ouço funk, pagode, samba, bossa nova, pop, grupos ingleses como The Cure e The Smiths, mas sempre ouvi meus grandes professores, que foram Stevie Wonder, Alberta Hunter, Ella Fitzgerald, Ray Charles, Tom Jobim, Ivan Lins e Nana Caymmi. Faço aniversário no mesmo dia que o James Dean e o Elvis Presley. Então, na minha infância, meus pais me davam discos que viravam trilha sonora das minhas férias e, com isso, me influenciavam”, contou, destacando também Rita Lee, Elis Regina e Simone.

Ninguém imaginava, mas o jazzista tem um pé no samba. “Sempre ouvi muita música boa, minha mãe cantava, meu pai e ela sempre nos apresentavam música de qualidade – inclusive o samba, que sempre amei. Para cantar samba tem que ter um borogodô e eu não tive até agora essa ousadia”, contou o intérprete.

Marcos Hasselmann procura se manter antenado em relação aos novos compositores. “Dos novos nomes do Brasil, gosto muito do Chico Chico e do João Mantuano. Temos grandes talentos começando em todos os segmentos musicais, vale a pena incentivar. Uma molecada que produz coisa séria, inclusive o filho do Dino Rangel, Thomáz. Estão todos por aí nas batalhas de rima”, diz ele. “É tão difícil para o artista viver da sua arte, e ao contrário, é tão importante a arte do artista para a vida das pessoas. O valor da arte é fundamental, é ela que mantém as pessoas vivas e pulsando. Espero que a minha cidade sempre valorize sua própria cultura. São muitos artistas que precisam crescer e se desenvolver”, conclui o cidadão e artista – encontrável no Youtube @marcoshasselmann202 e no Instagram @marcoshasselmann

SERVIÇO:

Evento: Show De Sinatra a Jobim, com Marcos Hasselmann

Data: 31 de Janeiro

Horário: 20 horas

Ingresso: R$ 120,00 (inteira)

Local: Blue Note Rio

Endereço: Avenida Atlântica, 1.910 – Copacabana

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