O governo Lula iniciou nesta segunda-feira (13) uma ampla “limpeza” em cargos indicados por deputados do Centrão e da oposição, incluindo nomes ligados ao PL. Segundo auxiliares do presidente, cerca de 100 exonerações devem ocorrer em cargos regionais e nacionais nas próximas semanas, como resposta à derrota do Planalto na votação da MP 1303, que aumentava impostos para ampliar a arrecadação.
As primeiras demissões já foram confirmadas em uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e outra no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Outras pastas e órgãos federais também serão afetados, entre eles o Ministério da Agricultura, Ministério da Saúde, SPU, Incra, ICMBio, Ibama, Correios, Conab, Dnocs e Codevasf. Até a Petrobras pode entrar na lista.
De acordo com um assessor palaciano, o governo está cruzando informações sobre apadrinhamentos e votações no Congresso. “Nossa KGB está funcionando, tem muita gente mandando informações sobre os cargos de outros”, disse, em tom irônico. A estratégia mira parlamentares que votaram contra a MP — inclusive em partidos como União Brasil, PP, PSD, Republicanos e PL.
Nos bastidores, o recado é claro: quem quiser manter espaço no governo precisará votar com o Planalto. A ação reforça a tentativa de Lula de reorganizar sua base após sucessivas derrotas no Congresso.
