Na manhã desta terça-feira, 17, o dólar abriu em alta, ultrapassando R$ 6,16 no mercado à vista e evidenciando uma falta de liquidez que pode levar a um leilão extraordinário de dólares pelo Banco Central. Os juros futuros também apresentaram aumento.
A falta de confiança no controle das contas públicas, o aumento das remessas de empresas e fundos para o exterior em dezembro, as declarações de Donald Trump sobre tarifas ao Brasil, e a elevação dos juros dos Treasuries e de títulos europeus, como os Gilts britânicos e Bunds alemães, são os principais impulsionadores da demanda defensiva por câmbio.
As alterações na regra do Benefício de Prestação Continuada (BPC) dentro do pacote fiscal e um dólar fortalecido em relação a outras moedas emergentes e ligadas a commodities também sustentam a prudência nos juros. O leilão do Tesouro de LTN e NTN-F, marcado para as 11h, não deve adicionar volatilidade, já que os lotes de 50 mil foram anunciados na semana anterior para mitigar a volatilidade do mercado.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) teve um impacto limitado na precificação dos juros futuros, pois estava alinhada com o comunicado da semana anterior, que manteve uma postura mais rígida.
A ata destacou que a deterioração do cenário de inflação no curto e médio prazo exigia uma ação mais rápida para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida. Os membros da diretoria do Banco Central também discutiram que “vários riscos se concretizaram”, resultando em um cenário mais desafiador, porém mais previsível, o que proporcionou maior clareza para que o Comitê indicasse suas expectativas para as próximas decisões. O documento reiterou que a decisão unânime da semana passada de aumentar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% e a comunicação de que, se o cenário previsto se confirmar, é esperado um ajuste da mesma magnitude nas duas próximas reuniões.
O IGP-M registrou uma desaceleração para 0,99% na segunda prévia de dezembro, após um aumento de 1,11% na mesma prévia de novembro.
O IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,76% na segunda quadrissemana de dezembro, mostrando uma desaceleração após o aumento de 0,98% observado na primeira quadrissemana do mês .Às 10h22 desta terça, o dólar à vista subia 0,80%, a R$ 6,1484. O dólar para janeiro recuava 0,09%, a R$ 6,1530.